No dia 13 de fevereiro de 1922, nascia uma estrela que há dez anos nos honra com o prestigiado prêmio musical Bibi Ferreira. Naquele ano, com um toque de humor, Miguel Falabella e a talentosa Karen Hils, conhecida como uma das cantoras de vozes mais potentes de nosso país, celebraram a participação de mais de 60 peças teatrais na premiação.
Miguel Falabella é um verdadeiro anfitrião em todos os eventos que conduz, e Karen Hils, além de ser uma renomada cantora e atriz, experimentou o papel de apresentadora nesta ocasião. Não foi a primeira vez que Karen esteve em um palco representando sua comunidade, pois sua amizade com Miguel, inseparáveis há muitos anos lhe fazem querem estar juntos em muitas oportunidades.Ele sempre enxergou o talento único de Karen e a convidou para papéis importantes em suas tramas.
Karen, nascida na periferia do Rio de Janeiro, desempenhou o papel de Donna Summer e, ao mesmo tempo, encarnou a diva marrom. No entanto, isso não a tornou uma profissional deslumbrada. Pelo contrário, ela é uma mulher determinada a defender seus direitos e os direitos de todas as mulheres todos os dias.
Em uma entrevista em 2022, Karen confidenciou a mim que adorava dançar em cima do sofá de sua humilde casa no Rio de Janeiro. Ela jamais imaginou que um dia estaria em São Paulo, anunciando produtos em lojas e magazines, além de participar de testes para integrar uma das bandas femininas mais importantes do país.
Antes de continuar a descrever a noite da premiação Bibi Ferreira, é revelador compartilhar minha maior descoberta sobre Karen. Como um fã declarado da banda à qual ela pertenceu, sempre acreditei que ela havia se mudado para São Paulo em busca de uma nova carreira.
Fiquei surpreso ao descobrir que, de fato, ela se sentia tão perdida após a perda de sua mãe que buscou apoio onde era reconhecida como a Karen do Rio de Janeiro. Hoje, com glória e pompa, ela apresenta o prêmio mais importante do teatro musical brasileiro ao lado de um dos gênios da teledramaturgia.
A peça “Once” foi um destaque na noite da premiação. Quem teve o privilégio de assisti-la no Teatro Villa-Lobos sabia do potencial que a peça tinha, mas ninguém imaginava que Lucas Lima e Bruna Guerin seriam os atores mais premiados da noite. Lucas, estreante no teatro, e Bruna, conhecida por seus papéis em musicais, transformaram “Once” em um espetáculo que retratou a vida como ela realmente é e nos emocionou a cada instante.
Entre tantos prêmios e atores talentosos, é importante destacar a luz, admiração, esforço e dedicação de Lucas Lima para interpretar um papel de tamanha complexidade.
Bruna Guerin, que já interpretou Rosa em “O Pequeno Príncipe” e participou de “Kiss Me, Kate”, agora brilha como uma das protagonistas de “Once”. Uma característica notável em Bruna é que, independentemente do papel ou do drama, ela sempre manteve seu DNA, identidade intacta e inabalável.
Lucas Lima, sem dúvida, é uma das maiores revelações do teatro musical. No entanto, Bruna Guerin é uma estrela nata, desde sua atuação na novela “Salve-se Quem Puder” durante a pandemia até seu reconhecimento como uma atriz versátil e pronta para enfrentar qualquer desafio.
Durante a noite, contamos com a presença de grandes nomes como o galã Fernando Pavão, o talentoso e jovem Bruno Fagundes, a memorável Clarice Abujamras e o renomado Fulviu Stefanini, além de muitas outras personalidades, diretores, coreógrafos, cenógrafos e iluminadores que fazem com que o espetáculo aconteça.
Como especialista em comportamento, observei que havia grande expectativa e nervosismo entre os presentes. A cada nova entrevista era uma voz tremida e um olhar de “o que vem agora” – o que é totalmente normal, afinal ser julgado por uma banca tão excepcional e tradicional não é nada fácil. Mas todos, sem distinção, pararam para conversar dois minutinhos comigo, expressar suas vontades, medos e mãos suadas para o prêmio que começaria em poucos minutos.
Em resumo, o evento foi muito bom além de relevante pois em termos de premiações e reconhecimento aos artistas, sejam eles novos talentos ou artistas já estabelecidos que merecem o respeito que o Brasil lhes deve.
Para o próximo ano esperamos apenas mais Luz – ainda – há novos atores e atores consagrados – assim como a Bibi falecida aos 97 anos há 4 anos e também a inspiração de nós vermos um dia num palco tão importante, querido e que todos querem ter a possibilidade de serem reconhecidos e verem seus trabalhamos visto por milhares de pessoas.
Para muitos de nós que vivemos fora do Brasil, seja em Madrid, Portugal, Paris o máximo que sempre esperamos com aquele quentinho no coração e lembranças felizes é que ainda mais se torne viva a memória de Bibi Ferreira.
Pois esses prêmio não são dos artistas brilhantes que caminharam lindamente no red carpet, e sim da Bibi que foi e é eternizada todos os anos por sua ousadia, jovialidade e talento que seguiram com ela e seguem com a gente trazendo tanta esperança que nossa cultura seja ainda mais vista e espalhada por nosso país.