Os Estados Unidos anunciaram oficialmente seus planos de retornar à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em julho, de acordo com informações divulgadas pela Agência Cultural da ONU. O país havia se retirado da organização em dezembro de 2018, citando preocupações financeiras, a necessidade de reformas e alegações de viés anti-Israel.
A saída dos Estados Unidos resultou em uma redução significativa de suas contribuições financeiras à Unesco a partir de 2011, quando protestaram contra a admissão plena dos palestinos na entidade. Na época, os fundos norte-americanos representavam mais de 20% do orçamento total da Unesco, sendo a primeira agência da ONU em que os palestinos buscaram a integração como membro pleno.
A admissão dos palestinos dividiu as nações votantes, com os Estados Unidos, Canadá e Alemanha se posicionando contra, enquanto Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul e França, entre outros, votaram a favor.
O retorno dos Estados Unidos à Unesco indica um possível realinhamento em sua política externa e o reconhecimento da importância da organização na promoção da educação, ciência e cultura em âmbito global. Essa decisão também pode sinalizar uma abertura para maior cooperação multilateral no cenário internacional.
Com a decisão por deixar a organização, a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, disse lamentar profundamente a decisão dos EUA de se retirar da entidade, após ter recebido a notificação oficial do secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson.
UM HISTÓRICO DA RELAÇÃO ESTADOS UNIDOS X UNESCO
Os Estados Unidos têm uma história complexa em relação à sua participação na UNESCO. O país foi membro fundador da organização em 1945 e desempenhou um papel ativo em seus primeiros anos. No entanto, em 1984, os Estados Unidos decidiram se retirar da UNESCO, citando preocupações com a gestão financeira e alegações de politização da organização.
Após uma ausência de mais de duas décadas, os Estados Unidos decidiram retornar à UNESCO em 2003, reconhecendo seu valor na promoção da educação, cultura e ciência. Durante esse período, o país tem participado de programas e iniciativas da organização, especialmente nas áreas de educação e patrimônio mundial.
No entanto, é importante mencionar que a relação entre os Estados Unidos e a UNESCO nem sempre tem sido tranquila. Questões relacionadas ao financiamento, divergências políticas e críticas à suposta falta de imparcialidade da organização ainda são pontos de discussão.
Apesar desses desafios, os Estados Unidos continuam sendo um membro ativo da UNESCO e contribuem para seus programas e projetos, buscando promover a cooperação internacional e o avanço dos valores defendidos pela ONG.