De Eduardo Prugner
@eduardoprugner
Alguns livros, principalmente os de histórias infantis, traziamsempre a figura de um senhor, normalmente de cabelos brancos, sentado confortavelmente numa larga poltrona, contando histórias para seus netos. Não havia a concorrência da televisão!
Acidentes de percurso sempre ocorriam. O contador de histórias, ia lendo…ia lendo… Pronto! Caia no sono! Sua cabeça pendia sobre o livro e era acordado com vozes altas e aguda de seus netos. Isso quando não pulava algumas páginas e se perdia naquilo que estava contando. O mundo moderno trouxe muitas vantagens, mas fez-se perder algumas passagens que aconteciam na infância.
Não é uma questão de saudosismo, mas até mesmo de fazermos uma análise mais profunda do que isso representava para as crianças de ontem e que hoje, somos, alguns sobreviventes daquela época. Jamais entraria em conflito com os psicólogos, nos seus atuais ensinamentos.
Nunca me passou na cabeça qualquer discussão sobre a dona Benta, cozinheira nos livros de Monteiro Lobato, se eraracismo ou menosprezo por qualquer cozinheira. Pois é umaprofissão digna exercida por todos os tipos de pessoas.
Mas também na infância, tinha alguns modelos que faziam o típico das profissões: o seu Manuel, português, era da panificadora; o seu Antônio era da farmácia e assim por diante. Crescemos nos acostumando vendo essas figuras que simbolizavam o universo.
Eu acho que tudo está sendo levado para o exagero. Mas sem entrarmos em discussão, voltemos às nossas histórias.
Independente dos livros, da televisão e de qualquer meio de comunicação, existem histórias que deveriam ser contadas: as nossas histórias. O tempo vai passando e vamos deixando de lado as nossas próprias histórias, que na realidade são as nossas vidas!
Não importa se temos 30, 50 ou 70 anos, a verdade é que temos histórias e elas devem ser referência para nossos filhos.
É claro que nos dias de hoje não há como nossos filhos repetirem as nossas “travessuras” de subir em árvores, de brincadeiras com carrinhos de rolimãs, e outros mais.
Vejo que para as meninas as brincadeiras são repetidas, porém o que mudou nelas é a idade. Com 10 anos passam a ter um comportamento de “mocinha”, as vezes até antes.
Não queria entrar em contradições, estava pensando no meu passado, passeando de bicicleta pelas ruas, ou jogando “betes”, andando descalço ou usando o “kichute” da época.
Jogo de futebol era bola de “meia”. Saudosismo? É claro! Talvez muitos do que estejam lendo este artigo vão ter essa oportunidade de lembrar do seu passado e viver internamente essas lembranças.
Também não cabe comparação dos tempos. O nosso, ou melhor, o meu tempo era assim, posso me lembrar tranquilamente e “passear” no passado. Mas jamais devemos nos prendermos nesse passado. O mundo é dinâmico, assim como são a vida das pessoas.
Tenho amigos com quem eu posso compartilhar o “meu tempo passado”, já são poucos. Os que foram já fazem parte das “histórias” contadas ou que iremos contar.
Por falar no passado…
A Disneylândia era uma referência na história da Flórida. Um parque para crianças e adultos. Quando foi criada pelo Walt Disney, a referência era um parque de diversões tanto para crianças como para adultos. Um lazer sadio.
Pois não é que querem dar outras definições ou conceitos que eu chamaria de duvidosos para esses parques! Não vou definir essas pessoas, mesmo achando que perderam a mamadeira quando crianças.
Mas a verdade é que vivemos num mundo de comportamentos e definições estranhas. Ora pensamos e imaginamos um “paraíso” para nossos filhos ou netos, ora temos pensamentos de “Don Quixote” em querer mudar o mundo.
Muitos dizem ser o fim dos tempos. Não acredito. São mudanças que ocorrem, periodicamente ou não, que fazem parte da constituição da humanidade.
Devemos aprender a lidar com a História porque só assim poderemos construir a nossa própria história!