COM O RESULTADO TRIMESTRAL, ECONOMIA BRITÂNICA AGORA ESTÁ 4,4% ABAIXO DO NÍVEL PRÉ-PANDEMIA
O Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido no segundo trimestre de 2021 subiu 4,8% na comparação com o trimestre anterior, seguindo a flexibilização das restrições devido ao novo coronavírus, de acordo com dados preliminares divulgados pelo departamento nacional de estatísticas.
O PIB está agora 4,4% abaixo dos níveis pré-pandemia do novo coronavírus, no quarto trimestre de 2019. No primeiro trimestre, a economia britânica havia encolhido 1,6%. Na comparação com o segundo trimestre de 2020, o PIB avançou 9,7% de abril a junho de 2021.
Houve aumentos na produção de serviços, produção e construção durante o trimestre. Em termos de produção, os maiores contribuintes para este aumento vieram do comércio atacado e no varejo, acomodação, alimentação e educação.
No segundo trimestre de 2021, houve aumentos em quase todos os principais componentes da despesa, exceto comércio, com a maior contribuição do consumo das famílias, que contribuiu com 4,1 pontos percentuais (pp) para o aumento de 4,8% após o afrouxamento das restrições à covid-19 em comparação com o primeiro trimestre.
A ECONOMIA NO REINO UNIDO
O Reino Unido mantém o quinto maior Produto Interno bruto do mundo em matéria de mercado de taxas de câmbio e a décima maior paridade do poder de compra (PPC). Dentro do espaço Europeu, possui a segunda maior economia, ficando atrás apenas da Alemanha.
É membro do G8, aderindo à primeira em 1973 e atuando como fundador no segundo. Sua capital e maior cidade, Londres, é considerada (ao lado da cidade de Nova York e de Tóquio) o maior e mais importantes centro financeiro do mundo. Sua economia também pode ser eventualmente rotulada como Economia Anglo-Saxônica.
AUMENTO A OFERTA DE EMPREGOS
Segundo uma pesquisa da Câmara de Comércio Britânica, com a participação de mais de 5.700 empresas, 70% tiveram problemas para encontrar pessoal durante o segundo trimestre de 2021. O setor mais afetado foi o da construção, onde esse percentual subiu para 82%, seguido da hotelaria e gastronomia (76%). “À medida que as companhias são liberadas das restrições do confinamento, a escassez de qualificações e de mão de obra que experimentavam antes da pandemia volta a se inflamar”, disse em um comunicado à imprensa a diretora de políticas para as pessoas da Câmara de Comércio, Jane Gratton.
EFEITOS TRABALHISTAS DO BREXIT E DA PANDEMIA AGRAVAM A FALTA DE MÃO DE OBRA EM ALGUNS SETORES COMO GASTRONOMIA, TRANSPORTE E CONSTRUÇÃO
O ÊXODO DE ESTRANGEIROS
Segundo o mais recente relatório do Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês), o número de ofertas de trabalho publicadas entre abril e junho superou os níveis anteriores à pandemia: 862.000, quase 10% a mais do que o registrado entre janeiro e março de 2020. O desafio de preencher estes postos não é novo para o Reino Unido, mas, depois de uma pausa forçada pela aparição da covid-19, ele voltou reforçado pelo êxodo de estrangeiros desatado pelos confinamentos e o fim da livre circulação de trabalhadores procedentes da UE, em janeiro.
REDUÇÃO DE TRABALHADORES
Segundo um relatório da Confederação do Emprego e Seleção de Pessoal (REC) e da consultoria KPMG, o número de trabalhadores disponíveis teve sua maior queda desde 1997. “Passamos os últimos sete anos sofrendo de escassez de mão de obra. Já naquela época, estimamos que seriam necessários entre 50.000 e 60.000 caminhoneiros. Agora, são necessários 75.000”, afirma Kate Gibbs, da Associação de Transportes Rodoviários do Reino Unido, um dos setores mais afetados.
Historicamente, sua categoria foi composta em grande parte por cidadãos do Leste Europeu que deixavam a suas famílias em seus países e lhes mandavam dinheiro todos os meses. “Quando a libra afundou por causa do Brexit, começaram a voltar para casa porque já não valia mais a pena continuar mantendo duas casas. Achamos que, ao todo, 15.000 foram embora”, diz Gibbs.