A Human Rights Watch (HRW) publicou uma análise contundente sobre o governo chinês, pedindo à comunidade internacional que reaja à “opressão mais brutal e invasiva que a China viu em décadas”, em seu relatório anual de 2020. Recentemente, o chefe global da organização, Kenneth Roth, foi proibido de entrar em Hong Kong, onde lançaria o relatório que analisa a situação dos direitos humanos em todo o mundo, mas dá destaque à China.
O relatório critica o tratamento dado pelo governo chinês aos muçulmanos uigures da região de Xinjiang e alerta que a influência política crescente da China e os esforços para censurar pessoas no exterior representam uma “ameaça existencial ao sistema internacional dos direitos humanos”.
“Se não forem contestadas, as ações de Pequim pressagiam um futuro distópico no qual ninguém estará fora do alcance dos censores chineses, e o sistema internacional dos direitos humanos tão enfraquecido que não servirá mais como contraponto à repressão do governo”, disse Roth no relatório. Recentemente, a China anunciou sanções à HRW, que tem sede nos Estados Unidos, e a outras ONGs norte-americanas como contramedida à Lei de Direitos Humanos e Democracia de Hong Kong aprovada pelos EUA, que apoia protestos antigoverno em Hong Kong e ameaça adotar sanções contra a China por casos de direitos humanos.
A China diz que as ONGs estão incentivando crimes violentos ligados aos protestos antigoverno que assolam Hong Kong há mais de seis meses. Roth rejeitou a acusação. ”Atualmente, a situação dos direitos humanos na China é a melhor da história”, afirmou Geng. O relatório da HRW, publicado na Organização das Nações Unidas (ONU) informa que a polícia de Hong Kong usou “força excessiva” e vem “restringindo cada vez mais a liberdade de reunião” na cidade, criticando a líder pró-Pequim Carrie Lam por se recusar a iniciar uma investigação independente sobre os abusos policiais.