Mulheres que experimentam menopausa prematura têm quase três vezes mais chances de desenvolver múltiplos problemas médicos crônicos a partir dos 60 anos, em comparação com mulheres que passaram pela menopausa aos 50 ou 51 anos.
A conclusão é de um estudo australiano publicado na revista Human Reproduction, um dos principais periódicos científicos desse ramo no mundo. Foram analisadas mais de 5.100 mulheres entre 1996 e 2016. Essas mulheres eram submetidas a questionários sobre a saúde a cada três anos.
Elas relataram se haviam sido diagnosticadas ou tratadas por qualquer um dos 11 problemas de saúde nos três anos anteriores: diabetes, alta pressão arterial, doenças cardíacas, acidente vascular cerebral, artrite, osteoporose, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, depressão, ansiedade ou câncer de mama. Aquelas que afirmavam ter duas ou mais dessas condições eram colocadas no grupo de multimorbidade.
Durante os 20 anos de acompanhamento, 2,3% das mulheres experimentaram menopausa prematura (com 40 anos ou menos) e 55% delas desenvolveram multimorbidade. Comparadas às mulheres que sofreram menopausa com idade entre 50 e 51 anos, as mulheres com menopausa prematura tiveram duas vezes mais chances de desenvolver multimorbidade aos 60 anos e três vezes mais chances de desenvolver multimorbidade a partir dos 60 anos.
Como a expectativa de vida é agora superior a 80 anos para as mulheres em países de alta renda, um terço da vida de uma mulher é gasto após a menopausa. Por isso, a importância em entender os fatores que podem interferir na saúde do público feminino nessa fase da vida.