Senador republicano não apoiará lei de imigração
Um senador republicano disse que não apoiará a iniciativa de lei de imigração que daria residência legal para estudantes universitários ilegais, a qual qualificou de anistia pela porta traseira.
O senador Scott Brown de Massachusetts fez tais declarações na segunda-feira durante evento da organização humanitária Exército da Salvação no centro de Boston.
A proposta, conhecida como Dream Act, contempla que alguns jovens nascidos no exterior possam se tornar residentes legais do país depois de passar dois anos na universidade ou nas forças armadas.
A medida se aplicaria a imigrantes que tinham menos de 16 anos ao ingressar nos Estados Unidos, tenham vivido no país ao menos cinco anos e tenham um diploma de alguma escola secundária americana ou seu equivalente. O Senado deve submeter a votação esta semana.
As declarações de Brown ocorrem em momentos em que uma coalizão de educadores, líderes religiosos e defensores de imigrantes enviaram uma exortação de último momento ao senado para que apoie a proposta.
Ativistas pelos direitos humanos dos hispânicos tentam persuadir o republicano moderado também o mencionaram em uma campanha nacional em favor da medida.
Entenda como vai ser o DREAM Act caso passe no Senado
POR EDUARDO DE OLIVEIRA
De acordo com a proposta apresentada pela liderança democrata na Câmara, o DREAM Act funcionaria da seguinte forma:
Todo imigrante que entrou nos EUA, ilegalmente, antes dos seus 16 anos de idade teria a chance de ajustar o status imigratório se provar que aqui permaneceu por 5 anos consecutivos, e depois de obter um diploma de segundo-grau. Ele teria então que cursar faculdade por dois anos, ou frequentar o serviço militar pelo mesmo período.
Na última versão da proposta, o limite de idade para um estudante se candidatar à legalização caiu de 35 para 30 anos.
O imigrante teria um status imigratório intermediário por 10 anos. Só depois desse período ele poderia receber o green card, mas isso se ele não tiver cometido nenhum crime.
O Departamento de Segurança Nacional terá o direito de revogar o ajuste de status imigratório caso haja qualquer violação – sendo assim, o estudante passaria a ser novamente ilegal e estaria sujeito à deportação.
A cidadania americana só será dada a esse imigrante 13 anos depois que ele saiu das sombras da sociedade americana para se legalizar.
A medida também não dá direito ao imigrante recém-legalizado de legalizar os seus pais. No entanto, não ficou claro se ele poderia fazê-lo caso atinja a maioridade de 21 anos, ou depois de receber o green card.
Enquando ultra-conservadores, como os membros Center for Immigration Studies, alegam que o DREAM Act vai custar aos cofres públicos US$ 6,2 bilhões por ano, uma estimativa do Congressional Budget Office (CBO) revelou que a proposta pode até reduzir a dívida pública americana em US$ 1,4 bilhões nos próximos 10 anos.
Outro ponto de discordância é sobre quantos estudantes indocumentados se beneficiaram com a aprovação do DREAM Act. Após a apresentação da primeira proposta, estimou-se que iria beneficiar 2,1 milhões de estudantes. No entando, com a redução do limite de idade de 35 para 30, o CBO aponta que entre 300 e 500 mil pessoas poderiam se beneficiar.
O DREAM Act ainda precisa passar pelo Senado para virar lei. São necessários 60 dos 100 votos para receber aprovação.