Por Eduardo de Oliveira
Em conversa com o Hispanic Caucus, o grupo político que representa os eleitores hispânicos no Congresso americano, o presidente Obama defendeu a aprovação do DREAM Act ainda em 2010.
Obama disse que vai ligar pessoalmente para congressistas para pedir que apóiem a aprovação do projeto que legalizaria todo estudante indocumentado que se formou no segundo grau, e que curse faculdade ou entre para o serviço militar.
“Ele disse que vai pedir a aprovação do DREAM Act como um pagamento de entrada para a reforma imigratória,” disse Luis Gutierrez, deputado federal democrata por Illinois.
Gutierrez, um ferrenho defensor da reforma imigratória, disse que falou para o presidente que “a janela para aprovar algo para os imigrantes está fechando.”
A partir dessa semana o Congresso americano começa a fazer reuniões conhecidas como “lame duck,” expressão usada para explicar o período em que o Congresso cheio de políticos derrotados tenta passar várias medidas de urgência como última alternativa.
Essa semana a Suprema Corte da Califórnia decidiu que o estado pode estender aos imigrantes indocumentados o direito de estudar nas suas faculdades estaduais pagando a mesma mensalidade que os estudantes nativos. Como pré-requisito, os estudantes indocumentados têm que provar que estudaram todo o período do segundo-grau como moradores da Califórnia.
Em Massachusetts, o governador reeleito Deval Patrick almoçou com lideranças imigrantes hoje, ocasião em que reafirmou o compromisso de implementar uma série de 130 medidas para ajudar o indocumentado a ser assimilado no estado.
Mas Patrick, democrata que precisou do apoio dos brasileiros para se reeleger, não se comprometeu a aprovar a medida do In-State Tuition. Ele preferiu dizer que “é preciso passar lei federal (referindo-se ao DREAM Act) antes de aprová-la em Massachusetts.”
No entanto, além da Califórnia, Illinois, Novo México, Nova York, Texas, Utah, Washington e Wisconsin já oferecem tal benefício aos indocumentados.
Segundo a Fundação Massachusetts Taxpayers Foundation, o estado abriga entre 400 e 600 estudantes que seriam beneficiados com a nova lei. A fundação também calcula que a aprovação da In-State Tuition traria para Massachusetts um ganho extra de US$ 2,5 milhões anuais.
Na verdade, o maior estímulo que democratas têm para defender o DREAM Act – e a In-State Tuition – é o voto do latino, grupo de eleitores que mais cresce nos EUA e que garantiu aos liberais a manutenção do controle do Senado.