O enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, George Mitchell, disse que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, iniciaram as negociações diretas de paz “no caminho” certo. O americano, porém, não deu mais detalhes, inclusive sobre a delicada questão dos assentamentos judaicos.
As declarações de Mitchell foram feitas logo após uma reunião de mais de uma hora e meia com Abbas e Netanyahu mediada pela secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton.
Segundo o americano, Hillary pressionou Israel a estender a paralisação da construção de novos assentamentos, cujo prazo expira no próximo dia 28, mas não recebeu resposta do líder israelense. Mitchell, porém, disse que as negociações “vão pelo caminho certo de uma forma geral”.
Abbas ameaça se retirar das negociações caso Israel retome a construção de novas colônias na Cisjordânia. O israelense, por sua vez, disse ao jornal Haaretz na segunda que planeja retomar um plano do seu antecessor, Ehud Olmert, no qual é prevista a concentração das obras nos três maiores assentamentos judaicos – Ariel, Gush Etzion e Ma’aleb Adumim.
As negociações diretas estavam paralisadas há mais de um ano e meio e sua retomada foi anunciada no início do mês. Palestinos e israelenses devem entrar em acordo no prazo máximo de um ano.
Outros temas
Netanyahu aparentemente quer discutir primeiro temas da segurança israelense, e quer ainda que os palestinos reconheçam Israel como um Estado judaico. Já os palestinos querem primeiro definir as fronteiras de um futuro Estado palestino e do status de Jerusalém, além de discutir o retorno dos refugiados palestinos que fugiram ou foram expulsos em 1948 da área onde hoje fica Israel.
Um funcionário israelense disse a repórteres, pedindo anonimato, que Hillary decidiria a agenda das negociações.