A cabeça de Luiz Felipe Scolari já está longe do Brasileiro. Conformado de que sua equipe não tem grande futuro na competição, na qual soma 15 pontos a menos do que o líder Fluminense, o treinador não tem mais nem forças para encontrar motivos para os tropeços. Ontem, ele revelou já estar preparando o Palmeiras para o próximo ano, mesmo restando 17 rodadas e de ainda estar na Copa Sul-Americana.
“Reitero o que digo quando cheguei: só não vim em janeiro de 2011, e sim em julho de 2010, porque achei que ia ganhar seis meses de observação para montar uma equipe em que escolhesse seis, sete, 12 jogadores. Já tenho três ou quatro. Vamos trabalhar com esse pessoal para ver se temos maior retorno, personalidade, envolvimento, para não repetir os erros no ano que vem”, disse, deixando claro que muitas dessas peças podem ser dispensadas em dezembro. O Brasileiro, agora, virou um vestibular para quem quiser seguir no clube.
“Faço essa leitura (de que falta tranquilidade). Em uma ou outra oportunidade, podíamos ter chutado e cruzamos. Ao invés de tentar chutar para a bola bater em alguém e entrar, como tomamos alguns gols, estamos com intranquilidade, não assumimos essa responsabilidade e criamos a jogada que não é correta”, protestou, triste com a falta de confiança dos jogadores na hora de tentar o gol. “Isso faz parte do momento, da nossa pontuação.”
Kleber e Valdivia, as estrelas, pouco apareceram e evitaram a falar do fraco desempenho no Pacaembu pelo terceiro jogo seguido – duas derrotas e um empate.
Felipão deu a dica de como acredita ser possível mudar a fase. “Tem de existir organização, não adianta querer ganhar de qualquer jeito. A gente inicia sempre bem organizado, bem definido. De vez em quando perdemos por estar com quatro atacantes e nenhum vir recompor quando se perde a bola”, disparou. “Ficamos com duas linhas muito distantes. Organizados não conseguimos chegar, imagine desorganizados?” Cabe ao chefe da trupe, arrumar o time.