O Banco do Brasil se prepara para anunciar a compra de pelo menos uma instituição financeira de pequeno porte nos EUA ainda este ano. O vice-presidente de negócios internacionais do BB, Allan Simões Toledo, disse que, por enquanto, está sendo avaliada a aquisição de um banco pequeno – de 4 a 10 agências – em uma das duas regiões com a maior concentração de brasileiros naquele país – nos arredores de Nova York ou na Flórida.
A investida do banco na maior economia do mundo ocorre desde o ano passado, mas as conversas ganharam ritmo recentemente quando foi constituída uma lista de instituições que, potencialmente, são as mais adequadas para o plano de internacionalização do BB. Esses bancos têm rede de atendimento na costa leste dos EUA, especificamente nas áreas com brasileiros: o eixo Nova York- Nova Jersey-Boston ou o Estado da Flórida.
“Temos uma lista com dez bancos que estamos avaliando. Vamos escolher um para comprar. Até podemos adquirir outra (uma segunda) instituição dessa lista, mas vai depender da possibilidade de integrar os dois bancos”, explica Toledo. O principal problema da integração é tecnológico, explica. “Às vezes, pode ser muito difícil integrar a plataforma tecnológica de duas instituições. Se for muito caro, pode ser mais adequado para o BB comprar apenas uma e, depois, crescer organicamente. Mas não descartamos nenhuma das duas alternativas”, explica.
Atualmente, estão sobre a mesa duas alternativas para entrar nos EUA: comprar um banco em uma região com brasileiros e, depois, crescer organicamente para a outra ou adquirir duas instituições, uma em cada região desejada. Para assessorar na compra, o BB já contratou o Royal Bank of Canada.
Preço. Ao ser questionado sobre o investimento do BB para a nova aquisição, Toledo disse que a operação será na casa da dezena de milhões de dólares. Uma das possibilidades é que o negócio envolva valor semelhante ao pago na compra da subsidiária do português Millenium BCP nos EUA. O BB quase adquiriu esse banco, que acabou sendo comprado pelo americano Investors Savings Bank por cerca de US$ 40 milhões (ler acima).
“Por enquanto, a negociação não chega à casa da centena de milhões de dólares. A não ser, é claro, que a gente encontre um banco maior, mas que também atenda aos nossos planos nas duas regiões”, afirma, ao lembrar que, após meses de prospecção, o BB não encontrou nenhuma instituição financeira que tenha rede de atendimento específica nas regiões com maior concentração de brasileiros.
Se confirmado, o negócio nos Estados Unidos será bem menor que o feito recentemente na Argentina, onde a instituição brasileira adquiriu em abril o controle acionário – com 51% das ações – do Banco Patagônia por US$ 480 milhões.
Além dos Estados Unidos, o BB também sonda outros mercados na América Latina, como o Uruguai, Peru e Chile. Nesses países, a intenção é comprar um banco menor, focado no segmento corporativo, para ajudar nos negócios de empresas brasileiras nesses mercados. No Uruguai e Peru, o banco federal deve adquirir o controle de uma instituição. No Chile, o negócio deve acontecer por associação com um banco já instalado.