As ruas de Nova York foram palco, neste domingo, de uma concentração de manifestantes a favor e contra a construção de um centro cultural perto do Marco Zero (local onde ficavam as torres gêmeas) que inclui a criação de uma mesquita.
As centenas de manifestantes exaltados, a favor e contra a construção, separadas por cercas e vários metros de distância, não chegaram a entrar em confronto físico direto, mas trocaram acusações verbais, segundo fontes policiais.
Enquanto soava a música “Born in the USA”, de Bruce Springsteen, os opositores dp projeto gritavam “nenhuma mesquita, de nenhuma maneira” e levavam cartazes nas quais se podia ler, entre outras frases, “Sharia” (Lei Islâmica), escrita com pintura vermelha que imitava sangue.
No entanto, entre os que apoiavam a construção do centro, havia cartazes com o texto “os muçulmanos são bem-vindos”, entre outros.
O projeto para a construção do centro dividiu a opinião pública, já que muitos consideram que vai ser construído muito perto de onde aconteceram os atentados de 11 de setembro de 2001.
O próprio presidente americano, Barack Obama, disse que os muçulmanos têm direito a construir o edifício, que está previsto que tenha 13 andares.
O governador do estado de Nova York, David Paterson, tem opinião contrária. Para ele, o centro deveria ser construído em outro lugar que não fique tão próximo do Marco Zero, onde já há várias mesquitas e não houve críticas contra elas.
Os responsáveis pelo projeto, chamado Park51, iniciaram uma grande campanha de informação através de redes sociais como Facebook e Twitter, onde acompanham de perto as críticas recebidas e tentam responder às perguntas e observações.
“O Park51 incluirá aulas de arte e cultura muçulmana, de cozinha e outras ofertas recreativas”, afirmam os responsáveis, que dizem seguir o modelo da popular YMCA (Associação Cristã de Homens Jovens, na sigla em inglês), de origem protestante e cujos programas e instalações estão abertos a todas as pessoas.