A China anunciou um projeto para reduzir o número de crimes que são punidos no país com a pena de morte.
Se o projeto for aprovado, condenados por 13 crimes econômicos, não violentos, não estarão mais sujeitos à pena capital.
A proposta reduz de 68 para 55 o número de crimes sujeitos à pena de morte.
Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, o projeto, enviado para a aprovação do Congresso Nacional do Povo, tem o objetivo de proteger melhor os direitos humanos no país.
Ainda não há indicações sobre quando a mudança na lei poderia entrar em vigor.
Entre os 13 crimes que poderão ficar livres da pena capital pela nova legislação estão o tráfico ilegal de relíquias culturais, metais preciosos e animais raros para fora do país, atividades fraudulentas com notas fiscais e letras de crédito e evasão de impostos, entre outros.
“Considerando a atual realidade econômica e de desenvolvimento social da China, a remoção apropriada da pena de morte de alguns crimes econômicos não violentos não afetará negativamente a estabilidade social ou a segurança pública”, afirmou Li Shishi, diretor da Comissão de Assuntos Legislativos do Congresso Nacional do Povo.
Sensibilidade
A China não revela oficialmente o número de pessoas executadas a cada ano, mas organizações internacionais acreditam que esse número possa chegar aos milhares.
Se esse número for verdadeiro, a China sozinha executaria mais condenados do que todos os outros países do mundo juntos.
Os líderes do país parecem mostrar sensibilidade às críticas internacionais ao excesso de execuções.
Em 2007, a China já havia alterado suas leis para garantir que todas as sentenças de morte tivessem que ser aprovadas pela Suprema Corte do Povo, a mais alta instância judicial do país.
Essa mudança teria levado imediatamente a uma redução no número de execuções.