A Polícia Civil de Minas Gerais afastou as delegadas Alessandra Wilke e Ana Maria Santos das investigações envolvendo o goleiro Bruno Fernandes, suspeito de participar do suposto assassinato de sua ex-amante, Eliza Samudio.
De acordo com o chefe da Polícia Civil, Marco Antonio Monteiro, o delegado Edson Moreira passa a presidir o inquérito –antes com Wilke. Segundo Monteiro, as medidas “visam dar prioridade absoluta à apuração, restringindo o acesso a informações para resguardar o trabalho para conclusão do inquérito com agilidade, no menor tempo possível”.
O afastamento ocorre após a Corregedoria da polícia mineira anunciar que iria investigar o vazamento de um vídeo em que Bruno nega envolvimento no crime.
O vídeo, feito durante o voo em que Bruno e Luiz Henrique Romão, o Macarrão, eram transferidos do Rio para Belo Horizonte, foi divulgado pelo “Fantástico”, da TV Globo, neste domingo (18). O avião pertence à polícia mineira, que suspeita que a “entrevista” com o goleiro tenha sido gravada por um agente da corporação. A delegada Alessandra Wilke foi responsável pela transferência, mas as duas acompanharam os suspeitos no voo.
CHOCADO
No vídeo, Bruno diz que ficou chocado com as atitudes tomadas por Macarrão, seu amigo e braço direito, e afirma que não sabia o que havia acontecido com Eliza. Ele disse que se assustou quando viu o filho dela com o amigo, e perguntou o que estava havendo. Segundo ele, Macarrão teria dito que deu dinheiro para Eliza e que ela havia deixado o menino com ele e ido embora.
Como tinha que se apresentar no Flamengo, Bruno, então, teria chamado a ex-mulher, Dayanne de Souza, para ajudá-lo com o bebê. Ele disse que achou que Eliza estaria “armando” alguma coisa novamente. Se referindo às acusações de ter forçado Eliza a ingerir remédios abortivos.
Ele contou que esteve poucos tempo com Eliza e que teria intenção de assumir a criança. “Estive com ela e com uns amigos. Ela ficou comigo e com uns amigos também. Fiquei com ela só uma vez e por quase 20 minutos só. Eu disse que se o filho fosse meu eu assumiria”, afirmou.
Na denúncia de agressão registrada por Eliza em outubro do ano passado, porém, ela disse que teve um relacionamento com o goleiro durante três meses, e que Bruno teria forçado a realização de um aborto. O teste do laboratório indicou que Eliza tinha ingerido uma substância abortiva.
Na época, a juíza Ana Paula de Freitas, do 3º Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Jacarepaguá, zona oeste do Rio, negou o pedido de proteção pedido por Eliza porque entendeu que não havia vínculo afetivo com o agressor.
Bruno diz que, na época, mandou Macarrão negociar um acordo com Eliza porque não consversava mais com ela e que o acertado seria que ele pagaria uma pensão mensal de R$ 3.500, além do aluguel de um apartamento, totalizando R$ 6.000.
Bruno disse que Macarrão era seu amigo de infância e que tinha plena confiança nele. Bruno disse também que a amizade dos dois era de mais de 18 anos e que Macarrão cuidava de todos os seus negócios, incluive da administração de seus bens, para que ele só se preocupasse com o futebol.
Depois do que aconteceu, Bruno disse que não tem como confiar mais em Macarrão. “Não sei o que deu na cabeça do Macarrão. Hoje, com tudo o que aconteceu, é difícil de acreditar nele” disse o goleiro.