A ESTIMATIVA É DE UM DOS MAIORES BANCOS DOS ESTADOS UNIDOS, QUE ANALISOU DADOS DOS ÚLTIMOS 20 ANOS.
As desigualdades raciais nos Estados Unidos, que são históricas e com muita expressão no país, custaram à economia norte-americana 16 mil milhões de dólares nos últimos 20 anos, segundo um estudo divulgado na quinta-feira por um grupo bancário.
“Se os Estados Unidos tivessem reduzido a divisão racial para com os afro-americanos em termos de salários, habitação, educação e investimento, nos últimos 20 anos, teria sido gerado um valor adicional de 16 mil milhões de dólares para a economia americana”, revela o estudo do Citigroup Bank, o terceiro maior banco nos EUA.
“Reduzindo hoje [essas diferenças], aumentaria o produto interno bruto dos EUA em cinco mil milhões de dólares nos próximos cinco anos”, acrescenta o relatório.
O Citigroup prometeu ainda, na quinta-feira, investir um bilião de dólares nos próximos três anos para ajudar a reduzir estas desigualdades, noticia a agência AFP. Grande parte dos fundos irá ajudar norte-americanos nestas situações a terem as suas próprias casas e o investimento em empresas afro-americanas também deve ser aumentado.
Outro dos objetivos é proporcionar um melhor acesso ao sistema bancário e ao crédito para as comunidades de cor.
A dificuldade na obtenção de crédito na taxa correta para afro-americanos é frequentemente denunciada nos Estados Unidos.
O anúncio surge na sequência do apelo feito por um responsável do banco central norte-americano, que pediu ao mundo da economia e das finanças para agir contra o racismo institucional. Raphael Bostic, responsável pela filial de Atlanta da reserva federal norte-americana (Fed), destacou as “desigualdades históricas e institucionais do sistema financeiro”, e lamentou que a riqueza das famílias brancas continue a ser 10 vezes superior do que a das famílias negras, tal como acontecia sensivelmente há 100 anos.
A “política oficial” do sistema bancário no pós II Guerra Mundial era a de oferecer “acesso ao crédito imobiliário de acordo com as origens”.
As elevadas desigualdades raciais nos Estados Unidos, históricas e exacerbadas pelas crises, voltaram à atualidade recentemente pelas manifestações com o lema ‘Black Lives Matter’ (vidas negras importam), na sequência da morte do afro-americano George Floyd às mãos da polícia.