É verdade que desde o começo do governo do Presidente Donald Trump a guerra comercial entre Estados Unidos e China chegou ao nível de preocupar e comprometer as atividades comerciais de outros países, entre eles o Brasil e mais recentemente o tom dessa disputa tem foi agravado causando a desaceleração da economia mundial. Mas como essa guerra pode vir a favorecer ou prejudicar diretamente a economia brasileira e nossa futura relação com os dois países? Bom, primeiramente vamos aos fatos:
Estados Unidos e China são indiscutivelmente as maiores economias do mundo, ditando as regras no mercado mundial já a alguns anos, sendo assim, a guerra fiscal entre os dois países afetam de cheio o mundo e claro o Brasil. Desde alimentos à tecnologia, o fato é que essas duas potencias travam um embate que mostra o poder de fogo dos dois países, por exemplo as exportações americanas de produtos agrícolas para China como soja, laranja e carne foram os mais afetados pela alta da tarifa do lado chinês.
Em contra partida os Estados Unidos proibiram empresas de tecnologia de negociar com a fabricante de celulares HUAWEI uma competidora direta da Apple e Samsung, e até mesmo a gigante Google foi impedida de dar suporte técnico, serviços e desenvolvimento de aplicativos, e com certeza o governo chinês não deixará barato essa medida.
AS OPORTUNIDADES
RISCO OU BENEFÍCIO?
Com o Brasil entre os maiores exportadores do mundo (mais precisamente o terceiro em produtos agrícolas) o país pode ser substituto natural para o mercado chinês com a alta desses produtos pelo mercado americano, a balança comercial de 2018 até o momento já atingiu um superávit de quase 30 bilhões de dólares, as exportações de soja cresceram aproximadamente 37% nesse mesmo período o que mostra que soubemos aproveitar o momento dessa guerra comercial.
Outra oportunidade para o Brasil está no setor de produtos industrializados, ou que tenham alguma tecnologia envolvida. Nos últimos anos, as exportações brasileiras desses produtos têm diminuído e podemos usar isso ao nosso favor aumentando as vendas de produtos manufaturados para o mercado americano, já que as sobretaxas desses produtos pelo governo chinês foram significantes. Entre esses produtos estão o combustível refinado, autopeças, máquinas e equipamentos para a indústria entre outros da mesma linha de produção.
O RISCO
Analisando portanto este cenário, a indústria brasileira pode direcionar seu foco a ambos os países e comercializar itens manufaturados preenchendo assim o vácuo deixado também no mercado agrícola, precisaremos investir pesado em toda nossa economia com contratações, maquinários, aumento da produção e dentre outras , mas na mesma proporção com a diminuição da exportação dos manufaturados produzidos pela China para os Estados Unidos teremos uma enxurrada de produtos vindos da China a preços muito baixos influindo diretamente em todo esse investimento feito pelo Brasil ou ainda, caso os dois países acabem decidindo por uma política mais branda de tarifa alfandegária estaríamos também correndo um risco.
Por fim, com a já existente desaceleração da economia mundial, uma redução do consumo interno desses dois países pode acarretar uma outra recessão mundial. Portanto é bom estar atento ao que acontece no cenário mundial especialmente entre as duas potencias e torcer para um acordo que seja justo para ambos, dando ao Brasil tempo necessário para se ajustar às novas mudanças.